(Para melhor compreensão sobre o assunto, ver postagem anterior.)
Obs-
este material está em constante aperfeiçoamento. Se surgirem dados novos ,
estes serão adicionados ao já existente.
Na
carta¹ do Capitão Pedro da Silva Chaves², com a Relação dos moradores
de Cima da Serra, Vacaria e Lages ,feita pelo mesmo em 1766,
consta um Antônio Gonçalves Padilha sendo proprietário de uma fazenda em Lages,
SC, que tinha 5 moradores, confirmando a sua posse de terras na região, possivelmente em decorrência de negócios com tropas(ver postagem anterior com Carta de Ordem de Antonio G.Padilha) e localizando-se em terras no caminho de Curitiba, de onde veio. Estas terras, que
receberia em sesmaria, posteriormente, deve ter vendido para
comprar na região de São Francisco de Paula, que são as terras que aparecem no
recenseamento de 1784 e que serão as terras que constam no seu inventário( apesar de seu nome ainda aparecer como proprietário de fazenda limítrofe na escritura descrita mais abaixo, em Lages, em 1786,quando apenas 3 anos após Padilha faleceria e fazenda em Lages não é mencionada no inventário.)
Das
terras que ocupava em Lages, Padilha recebeu carta de sesmaria, em 1773 -
"Morador também em Viamão onde recebeu sesmaria, a 17-05-1773, da cidade
de São Paulo, sendo Governador da Capitania de São Paulo o Morgado de Mateus,
uns campos na paragem chamada as Lages, Fazenda de Nossa Senhora da Natividade,
comprada a Manuel Barbosa Franco, acima da serra, a uma parte da estrada que
vai da cidade de São Paulo para Viamão e Rio Grande, principiando na paragem
chamada Morro da Boa Vista Pequena. Confrontavam pela parte do Sul com a
fazenda do Coronel Félix José Pereira, correndo rumo direito ao Norte até a
porteira do cercado e arranchamento do Padre José Carlos da Silva e que poderá
ter de distância duas léguas e meia, pouco mais ou menos, cujo rumo fica
servindo de data, sendo o sertão em quadra, com a mesma testada de Leste,
principiando no fim dos campos de Simão Barbosa Campos( grafia errada, o sobrenome correto é Franco) até entestar no ribeirão chamado as Pelotinhas, que dividia os campos de João
Antunes Pinto. O suplicante Padilha havia estabelecido nesses campos roças,
escravos, gados e bestas. Por não haver ainda câmara, foi ouvido o Capitão Mor
Regente Antônio Correia Pinto que deu parecer favorável". A escritura (1º
Ofício de Lages, Lº de notas nº 2, fls. 90 a 91) de compra da fazenda da
Natividade foi lançada a 16 de janeiro de 1782, na vila de Lages, sendo
tabelião Antônio de Araújo França, por preço de 1:661$000.
(Revista
da ASBRAP, VI, 1999, p. 28, artigo Antigos Proprietários Rurais de Lages de
Marcelo Meira Amaral Bogaciovas)
Joaquim Barbosa Leite vendeu, em escritura passada a 31 de julho de 1786 na vila de Lages, no escritório do tabelião Antônio de Araújo França, uma fazenda de criar animais vacuns e cavalares denominada Boa Vista, com todas as éguas que nela se achasse, por preço e quantia de 700$000. O comprador era Felipe Néri Bueno(sobrenome provavelmente com erro de transcrição, deve ser Barbosa). Os campos partiam de uma parte com Antônio Gonçalves Padilha, dividindo-os um ribeirão que corre do sítio da mesma fazenda para as Pelotinhas e da outra parte confrontavam com a fazenda do Licenciado João Damasceno de Córdova, fazendo fundos para os Índios Mortos com 3 léguas de comprido e uma de largo, conforme as sesmarias que concedia Sua Majestade aos povoadores e do outro lado os dividia o rio chamado Lavatudo.
Segundo
o Recenseamento de 1784/85, feito na capitania do Rio Grande de
São Pedro ( realizado 4 anos antes do falecimento de Padilha), este:
*Possuía
uma fazenda denominada Santa Bárbara, cujos campos tinham 4 léguas
de comprido e duas de largo e houve por compra ao Capitão Miguel
Pedroso Leite¹, como consta de uma escritura pública que este
lhe passou e juntou a que também lhe havia passado o antigo possuidor Manoel de
Barros Pereira. Tem povoada esta fazenda com 1800 reses, 20 cavalos, 500 éguas
e 14
potros.
(Consta, no recenseamento de 1785, na parte referente aos fazendeiros com
título de posse.)
*Possuía
outra fazenda, denominada Morro Agudo*, que terá de comprido 3 léguas e de
largo , 1, que houve por compra a Francisco Alz Xavier, cujo
documento perdeu. Consta, no recadastramento de 1785, na parte referente aos
fazendeiros sem título de posse, com 3 mil reses, 4 bois, 40 cavalos e 25
éguas. *Esta referência está errada, pois a fazenda Morro Agudo é a citada
abaixo.
No inventário aparece "uma casa de
pau-a-pique coberta de palha sita na freguesia de Santo Antônio da Guarda
Velha, que parte por um lado com Antônio José de Freitas e pelo outro, com
casas vizinhas, com seu quintal", no valor de 30$000. Ainda consta
"Um potreiro de campos e matos sito no distrito da vila de Santo Antônio
da Guarda Velha deste Continente, que parte pelo norte com a Serra
e mato que banha o Rio do Sino e do sul com a Estrada Geral, servindo-lhe de
ataque uma sanga ou arroio próximo à dita estrada e pelo oeste com campo e
matos dos herdeiros de Francisco de Almeida e de leste com campos e matos dos
herdeiros de Francisco e José Silveira Peixoto, divididos por um córrego, com
sua restinga de mato, que terá de comprido meia légua e de largo um quarto, com
seu rancho e arvoredos", por 300$000; descrito adiante também no inventário
à folha 57, pelos herdeiros João Gonçalves Padilha, Anna Gonçalves Coitinha, e Ângelo Correa de Morais como um rincão de campo, sítio e
matos no distrito da Vacaria de Santo Antonio da Patrulha, que parte, pelo
norte , com o Rio do Sino , pelo sul com a Estrada Geral(das Tropas),
servindo-lhe de ataque uma sanga ou córrego , próximo à mesma, pelo oeste com
terras dos herdeiros de Francisco de Almeida e pelo leste , com herdeiros de
José Silveira Peixoto, o qual potreiro de sitio e matos foi descrito no inventário
a que se procedeu e de seu valor em partilha, se deu quinhão aos suplicantes e
pedem que o escrivão reveja os autos para ver se as terras mencionadas
foram inventariadas. Este campo
também fez parte da herança de Páscoa e Ângelo, um potreiro no chamado
Palheiro. (Aurorescer, pg 236).
Ainda,
no inventário, "uns campos sitos em Cima da
Serra com três léguas de comprido e duas de largo pouco mais ou menos, em que
se acha situada a fazenda chamada Santa Bárbara, que foram comprados ao Capitão
Miguel Pedroso Leite, com várias benfeitorias e casas de vivenda, que parte com
a Estância Grande e Rio Fundo da Camisa", no valor de 2 contos de réis;
Após o término do inventário de Antonio Gonçalves Padilha, em 1793, o vendedor
do campo, Miguel Pedroso Leite, conseguiu embargar os bens alegando falta de
pagamento de Padilha, (pois a venda tinha sido feita parcelada) sem
esperar o resultado final da ação civel que moveu contra os herdeiros.
Vê-se
que os bens de raiz relacionados no inventário, descritos de maneira genérica, não são
bem específicos, pois existem documentos em cartórios de notas onde as
escrituras das terras abrangem muito maior quantidade de campo. Segundo
Sebastião Oliveira, pesquisador da genealogia da serra de São Francisco de
Paula, Padilha ainda possuía a Fazenda de Santa Ana, de 3 léguas por 1,
que pertenceu a Antonio José de Freitas, confrontando ao sul , por um arroio
com herdeiros de Antônio Gonçalves Padilha, ao norte com outro arroio que
separa os campos dos herdeiros de Manoel de Souza e Silva , ao leste com
o Arroio Grande, que separa a Fazenda Cambará, (Aurorescer, pag 237) sendo que
1 légua desta sesmaria foi o dote de Ana Gonçalves Vieira.
Também os campos da herança da mulher de Padilha,
Águeda,( os campos da Reserva),
não são mencionados no inventário, que ficaram para o filho João, e
posteriormente foram comprados por Ângelo Correa de Morais, em 1808, cunhado de
João e marido de Páscoa, uma das filhas de Padilha. Este campo tinha os
seguintes limites: Se dividiam com Antonio Manoel Coelho, pelo lageado da
Reserva que segue por uma nascente até o Itaimbé e pela parte do Sul divide-se
pelas vertentes do Capão Pelado, à maior vertente. Estes lageados fazem barra
no Rio da Reserva pelo lageado que faz divisa com Antonio Manoel Velho. (Aurorescer,
pag 236)
Parte dos campos de Cambará já eram parte do dote da
filha Ana Coutinha, e faziam divisa com os campos do genro Antonio Manoel
Velho, e também não foram citados no inventário. Outra parte desse campo, na
divisa das fazendas de Morro Agudo e Santana, que abrangia o campo de nome
Fortaleza, com área de 1 por 3 léguas,( parte do hoje conhecido Itaimbézinho)
ficou também de herança para Páscoa e Angelo Correia de Morais.(Aurorescer, pg
236)
__________________________________________________________________
Notas
da pesquisadora:
1-Miguel
Pedroso Leite, filho de Antonio Pedroso de Oliveira Leitão e Maria Paes
Domingues, natural de São Paulo. Casou com Inocência Maria Pereira Pinto, em
25/08/1763 (Lv.1 matrimônio, f.189)**,em Rio Pardo. Falecido em Porto Alegre,
em 27/05/1811. Em 1773 comprou de Manoel de Barros Pereira, a Fazenda Santa
Bárbara, em Cima da Serra, a qual vendeu a Antonio Gonçalves Padilha, em
2/06/1782. Tal venda, posteriormente, foi embargada pelo vendedor, Miguel
Pedroso, aos herdeiros do comprador Antônio Padilha, por falta de parte do
pagamento ocasionada pelo falecimento do comprador sem que o embargo fosse a
sentença definitiva da ação que moveu contra os credores, (sendo que os
herdeiros recuperaram a posse dos bens em 1799) e , Ana Gonçalves Vieira [filha
de Antonio Gonçalves Padilha e casada com Antonio Manoel Velho] recebeu parte
desta fazenda como herança. O sargento-mór transferiu-se para Lages, onde
aparece cadastrado na relação de moradores em 1794. Sua filha Genoveva casou
aos 16 anos, 1796, com o Capitão-mór de Lages, Bento do Amaral Gurgel, viúvo,
com 66 anos. (Roselys Roderjan e Manuel Duarte-Genealogia
Tropeira)**Capela de Jesus, Maria, José da Foz do (ilegível) deste lugar do Rio
Pardo, consta registrado no livro de matrimônios da igreja de Santo Ângelo do
Rio Pardo, Site Family Search(Mórmons).
2-
1ª Carta de Pedro da Silva Chaves ao governador da capitania do Rio Grande, de
28 de outubro de 1766- Projeto Resgate - data do documento- 08 de janeiro de
1767 (fundo: Rio de Janeiro) descrito como OFÍCIO do [governador do Rio Grande
de São Pedro], coronel José Custódio de Sá e Faria, ao [vice-rei do Estado do
Brasil], conde da Cunha, [D. Antônio Álvares da Cunha], remetendo notícias
acerca das ordens dadas pelo governador de São Paulo, [4o morgado de Mateus,
Luís Antônio de Sousa Botelho e Mourão], para que o capitão-mor Antônio Correia
Pinto fundasse uma vila nos Campos das Lages, próxima das cercanias do rio
Pelotas, servindo esta vila de fronteira entre as duas capitanias; mencionando
os limites do Rio Grande [de São Pedro], que iam até o rio Canoas, muito além
do sítio proposto para a fundação daquela vila, sugerindo o estabelecimento de
povoados nas margens do rio Itajaí e nos campos de Vacaria; remetendo relação
da população dos distritos de Serra, Vacaria e Lages. AHU - ACL - N - Rio de
Janeiro, Documento 83678, 1767 Janeiro 8.
-AHU-ACL-N-Rio de Janeiro- Nº Catálogo: 7144- (Transcrito pela pesquisadora da cópia digital do ARQUIVO HISTÓRICO ULTRAMARINO DE LISBOA - Projeto Resgate) http://www.cmd.unb.br/biblioteca.html
-AHU-ACL-N-Rio de Janeiro- Nº Catálogo: 7144- (Transcrito pela pesquisadora da cópia digital do ARQUIVO HISTÓRICO ULTRAMARINO DE LISBOA - Projeto Resgate) http://www.cmd.unb.br/biblioteca.html
_______________________________________________________________
INVENTÁRIO:
( O Inventário de Padilha foi autuado a 23-9-1789 - Arquivo Público Estadual-
APERS)
O monte-mór da herança de Padilha era de mais de 12 contos
de reis, sendo que destes, mais de 2 contos somavam dívidas do falecido,
restando 9 contos e meio para dividir entre os herdeiros.
Antonio
Manoel Velho e outros herdeiros, diz que por ter ganho no Tribunal de Relação a
causa contra Miguel Pedroso Leite( que contestava a venda da Fazenda Santa
Bárbara por não ter recebido todo o pagamento) e pede que seja feito
levantamento do sequestro dos bens de Antonio Gonçalves Padilha e que já tinha
recebido a Estância e os animais constantes na certidão dos mesmos. Vários
escravos constantes dos bens foram arrematados por valor menor do que valiam
durante o sequestro, ação que acarretou um “gravíssimo prejuízo” aos
suplicantes, não só pelo valor menor arrecadado, como pela falta de mão de obra
resultante para tocar as suas estâncias (eram 13 escravos pertencentes aos bens
do inventário) e ainda se achavam alguns bens em poder do depositário
Nazário José Lopes(sem data) folha 178 do 3º vol do inventário. O ouvidor geral
da comarca mandou cumprir a entrega dos bens.
Os
bens sequestrados foram:
Em 6/7/1799, na Fazenda Santa
Bárbara, que foi do falecido Antonio Gonçalves Padilha, sita Em Cima da
Serra, distrito da Freguesia de Nossa Senhora da Oliveira da Vacaria, o juiz
vintenário e o escrivão foram cumprir o mandado do corregedor.
“Do
dito falecido Antonio Gonçalves Padilha para efeito de receberem do poder de
Salvador Bonete da Assunção os bens móveis e demais que lhes foram sequestrados
a requerimento do Sarg-mór Miguel Pedroso Leite pede (ilegível) em poder do
dito Salvador Bonete de Assunção que em presença das testemunhas abaixo
assinadas em observância o dito mandado retro entregue, aos ditos herdeiros, os
bens seguintes:
1
espada, 1 tacho, 1 frasqueira com seis frascos, 2 mesas de tábua, 2
bancos compridos, 1( ilegível), 1 escravo de nome Francisco, 17
cavalos mansos, 4 burras e 2 burros burreiros, 1 oratório com 4 imagens, 1 do
Senhor Crucificado, 1 de Nossa Senhora da(ilegível), outra de Sto Antonio e
outra de São Brás, 1 marca que pertence à fazenda, e os campos da dita fazenda
de Santa Bárbara, do Morro Agudo e do Cambará foram os bens que se acharam em poder do depositário
Salvador Bonete de Assunção e foram entregues em presença das testemunhas
Manoel de Souza da Silva e João Manoel Alves de Figueiredo e Bernardo Telles(?)
Da Silva (folha 180 do 3º vol)
Antonio
Manoel Velho faz requerimento pedindo certidão de qualidade e quantidade dos
bens sequestrados por ocasião do requerimento do credor Miguel Pedroso Leite e
se este foi o próprio que nomeou o depositário dos bens.
Então,
o escrivão, revendo o translado dos Autos de Justificação do sgto- mór Miguel
Pedroso Leite diz que havia os seguintes bens:
1
bi...com punho e guarnição de prata, um oratório com 4 imagens, seis facas com
cabo de prata, uma bomba de prata, 2 castiçais de estanho, 7 toneis, 2
machados, 4 alavancas velhas, 1 serra braçal, 3 ditas(serras) de mão, 1 enxó
chata, 1 goiva velha, 2 escopos chatos velhos, um martelo grande sem bom uso, 1
dito pequeno velho, 1 espada com copos velhos, 2 fornos de cobre em bom estado,
3 tachos velhos, 1 chocolateira velha,- (folha 183, 3º vol) , o sequestro e depósito correspodente aconteceu em 1792. 2 espingardas velhas, 2 placas
de metal amarelo que já não servem , 8 frascos em uma frasqueira velha, 2 ( ilegível)velhas, 1 moinho de mão, 2 mesas de tábua, 2 bancos compridos, 1 escravo por
nome José, (de nação) Banguela, 1 dita Romana com a filha Rosa, uma dita
Josefa, um dito Frutuoso, um dito Manuel e Evaristo, de peito, um dito
Francisco, mulato e um dito Francisco , crioulo, uma dita Faustina , um dito
Manuel ,Banguela, uma dita Joaquina, uma dita Maria , um dito Eusébio, uma dita
Paula, uma dita Rita.
Animais:
1500 reses de marca para cima, 400 éguas de marca para cima, 10 burras, 1 burro
burreiro de marca para cima, 130 cavalos mansos já velhos, que alguns já não
servem, 40 ovelhas, o campo da fazenda e também o de Cambará, que parte com o
Campo Bom e da mesma sorte a parte do campo que tinha o falecido o do Morro
Agudo, que parte com o depositário Antonio Manoel Velho e declaram tirar de fora daquele sequestro mil
duzentas e tantas reses e 400 e tantas éguas de marca para pagamento de outros
devedores ; cujos bens foram depositados em Salvador Bonete da Assunção, que
assinou, (...) contém data de 30 de junho de 1792 e o sequestro foi em 27 /7/do
mesmo ano. Folhas 181,181v,182,182v
Antonio
Manoel Velho faz requerimento pedindo certidão de qualidade e quantidade dos
bens arrematados e dos bens que não foram arrematados foram depositados em mãos
ou com algum depositário na vila( de Santo Antonio):
Auto
de Arrematação :
Foram
arrematados 7 escravos: a saber- Faustina em 27/9/1793, Evaristo em 2/2/1795,
Frutuoso e Manuel, Josefa, Francisco Mulato, Manoel, em 1795;
José
e Rosa foram dados em pagamento a uma devedora do falecido. Em poder do
depositário Nazário Rodrigues Lopes, morador na vila de Santo Antonio, deviam
existir os bens que não ficaram em poder do primeiro depositário, Salvador
Bonete , menos os escravos Joana, Joaquina, Maria e Eusébio, que foram levados
por Manoel Francisco Pires, a quem pertenciam. Paula e Rita foram levadas por
Ângelo Correa, que lhe pertenciam e não consta lhe terem sido entregues. Nos
mesmos autos não consta que o sargento –mór tenha dado quitação aos mesmos bens.
Em
1795 saiu resultado da ação de libelo de Félix
Domingues Pais, o genro viúvo do falecido Padilha, que cobrava o dote não
recebido pelo casamento com a filha Feliciana- F 188v, vol 3 ,onde em uma
petição ele diz ter ganho a causa contra os herdeiros de Antonio Gonçalves
Padilha. Foi requerido o pagamento devido em 24 h, prazo que não foi cumprido, tendo o suplicante feito pedido para passar mandado para penhora de bens para pagamento do principal e
custas da sentença. Foi passado mandado autorizando apreensão de bens móveis e
semoventes pertencentes ao falecido que fizessem o total de 840$155 reis,
devendo ficar na mão do fiel depositário ,devendo este não entregar( o valor
penhorado) sem ordem do juízo. Com data de 14 de abril de 1795, em Porto Alegre.
O auto de penhora foi em 30 de abril de 1795, na Fazenda de Santa Bárbara, (...) penhora
com real apreensão dos bens seguintes:
Um
pedaço de campo intitulado A Fortaleza, que terá 1 légua de comprido e meia de
largo, partindo com Santana e Morro Agudo , fazendo divisa com 2 ribeirões, um pelo
norte e outro pelo sudoeste, correndo a Serra para a parte do sul e fazendo divisa
com Salvador Bonete da Assunção; mais 40 novilhas, mais 500 éguas, sendo que
estes bens não chegaram para completar o valor requerido no mandado e para complementar o juiz faz
penhora de 50 reses pertencentes ao herdeiro Ângelo Correa. (Folha 190- vol 3) . Porém, não apareceram interessados na penhora dos bens.
Os documentos arquivados nos autos se interrompem aqui, sem ficar registro de ações posteriores. De acordo com Sebastião Oliveira, os campos que incluem o cânion Fortaleza fizeram parte da herança de Páscoa e Ângelo Correa. Pode-se presumir que o fazendeiro os tenha comprado, visto a necessidade de dar andamento ao pagamento da ação de Domingos Félix Pais.
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Os documentos arquivados nos autos se interrompem aqui, sem ficar registro de ações posteriores. De acordo com Sebastião Oliveira, os campos que incluem o cânion Fortaleza fizeram parte da herança de Páscoa e Ângelo Correa. Pode-se presumir que o fazendeiro os tenha comprado, visto a necessidade de dar andamento ao pagamento da ação de Domingos Félix Pais.
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Nota:
O livro de Sebastião Fonseca de Oliveira usado como referência é Aurorescer das Sesmarias Serranas- História e Genealogia, Porto Alegre, 1996
A pesquisa sobre este assunto pode ser aprofundada no APERS.
O livro de Sebastião Fonseca de Oliveira usado como referência é Aurorescer das Sesmarias Serranas- História e Genealogia, Porto Alegre, 1996
A pesquisa sobre este assunto pode ser aprofundada no APERS.
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