London, Printed
for W. Stewart, No. 194, Opposite York House, Piccadilly, 1799
O livro está disponível digitalmente , em versão original em
inglês. https://archive.org/details/lifemajorjgsemp00sempgoog
Tradução livre pela pesquisadora.* Nota- Não tenho a pretensão de ser uma tradutora e peço a compreensão para os entendidos em inglês. O meu conhecimento da língua me
permite fazer, como eu anotei, uma "tradução livre", tendo o cuidado
de não descaracterizar o que foi narrado pelo autor, mas posso ter cometido
algumas imperfeições. Optei por fazer a tradução de apenas parte do livro de
Lisle, referente aos capítulos que narram a chegada ao porto de Rio Grande e a
viagem pelo Rio Grande do Sul, apresentando a primeira parte da narrativa do
livro, na terceira pessoa, tornando a viagem uma descrição mais impessoal.
Porém, na parte da viagem por terra até Laguna, optei por manter a narrativa
como no original em inglês, todo na primeira pessoa.
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Parte 2-
Cap XVIII (pág 193)
Cap XVIII (pág 193)
Narrativa da viagem do Lady Shore depois da saída de Cabo
Frio até o Rio de Janeiro e é onde o motim começa.(Apenas frase de descrição resumida do capítulo)*Nota da pesquisadora
Cap XIX (pág 208)
Os náufragos chegam ao porto de Rio Grande
Na manhã de 15 de agosto de 1797, foi confirmado pelos
amotinados do Lady Shore, que a antiga tripulação do navio, agora aprisionada,
deveria abandonar o navio, a 60 léguas da costa, e entre 80 e 100 léguas da
barra do Rio Grande, o bote foi içado para fora e todas as outras preparações
feitas. Logo então, Michael Richards, um bom rapazote, de 14 anos e com muito
boas relações pessoais, que fora confiado aos cuidados do Capitão Wilcocks,
antes de deixarem Falmouth e que desde a morte do capitão tinha sido abandonado
por todo mundo, pediu a Lisle permissão para acompanhá-los. A sua situação
desesperadora determinou Lisle a tentar adquirir ele mesmo o privilégio
desejado pelo garoto e que parecia inteiramente necessário. Ele apelou aos
amotinados e teve sucesso. Ele tomou o garoto sob sua proteção, proteção esta que
ele não deixaria até ter retornado aos seus familiares.
Pela manhã, uma lista com 29 nomes foi feita das pessoas que
deveriam ir com o bote e esta lista foi entregue a eles, e ainda foram
informados que aqueles que tivessem alguma propriedade deveriam levar para cada
um, um baú apenas. Durante a tarde a bagagem foi procurada e separada, e foi quando
Lisle encontrou meios de esconder em algum sabão, uma considerável soma em
ouro: quando os amotinados haviam tomado deles tudo que imaginavam, eles lhes
deram algumas provisões e então embarcaram.
Previamente ao embarque, Lisle tinha tido oportunidade de
descobrir a posição do navio, pelo seguinte estratagema: os amotinados não
suspeitando que um soldado conhecesse alguma coisa de navegação, haviam
permitido que ele acompanhasse o seu dia de trabalho,( cujo verdadeiro intuito
era o de determinar a localização do navio), mas embora ele achasse que pudesse
entender alguma coisa da ciência, ele queria a opinião de outra pessoa melhor
entendido do que ele. Mr. Black, sendo um incomparável navegador , foi a
pessoa que ele consultou, mas houve uma considerável dificuldade em acompanhar
o desenho feito por Lisle, já que os amotinados não estavam muito dispostos a
que Mr. Black visse o diário de bordo ou a carta da costa onde eles haviam
traçado a sua rota. Um dos chefes dos amotinados, chamado Thomeo, que era o
melhor navegador entre eles , mostrou a Lisle a carta, como de costume e
apontou a localização do navio, do que Lisle fingiu discordar e ainda reforçou
sua opinião, apostando 1 guinéu que eles estavam errados, no que o homem riu da
sua aparente ignorância; Mas, afinal, Thomeo aceitou a aposta, propondo contar
a qualquer pessoa que tivesse habilidade competente para decidir. Isto era o que
Lisle queria e , com grande indiferença, propôs que Mr. Black fosse o julgador
de tal questão. Ele foi , portanto, chamado para inspecionar as cartas e
livros: Lisle pagou pela aposta que tinha perdido , mas assim eles foram
capazes de determinar a distância até Rio Grande e o curso que tinham que
seguir com o bote, pois os amotinados estavam inclinados a mantê-los na
ignorância.
Eles foram compelidos a entrar no bote, um por um , depois
de ser previamente feita uma busca por dinheiro, contrariamente ao que tinha
sido prometido pelos amotinados. Contudo, nada foi encontrado. Porém, havia sido
confiscado, previamente, cem dólares que o Michin tinha para pagamento dos
soldados e era propriedade do governo, por isto eles lhe deram um recibo de cem
libras, como uma maneira de incapacitá-lo de recuperar a quantia do Estado.
Michin tinha tão pouca bagagem que ele não somente levou-a toda, como foi bem
sucedido em incorporar 18 peças inteiras de algodão estampado e alguns pacotes
de meias e sapatos de mulher que o Sr
Black havia jogado na cabine do dia do embarque.
Após negociações que duraram o dia inteiro e o carregamento
do escaler com provisões (quatro sacos de pão, três pedaços de carne salgada e
três garrafas de água e ainda, escondido nas roupas, a tripulação levou dois
pedaços de presunto, dois queijos e uma barriquinha com rum), por volta das 18h30min
daquele dia, ao anoitecer, foram lançadas ao mar 29 pessoas (os oficiais, suas
famílias e os marinheiros leais a eles) com a ração de provisão e ansiosos para
chegar à terra tão brevemente quanto possível, dirigiram-se ao rumo determinado
previamente.
Na partida, o tempo estava toleravelmente moderado, mas antes da
meia-noite foram envolvidos por uma violenta tempestade , assolada pelas mais
furiosas chuvas que Lisle já vira. A tempestade diminuiu um pouco durante a
manhã do dia seguinte, mas conforme eles se aproximavam da terra, soprou com
fúria renovada; afortunadamente eles tinham fixado uns postes na amurada do
bote e pregado uma lona por cima, trazida para este propósito, na frente e
atrás, que foi de grande utilidade para conter a chuva. E a isto, eles deviam
muito a sua preservação.
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